A Casa de Papel – Parte 1 e 2 – ★★★

lacasadepeplA Casa de Papel é um fenômeno. Te faz devorar 22 episódios, divididos em duas partes, por conta de uma trama inteligente, ótimas reviravoltas nos roteiros e atuações certeiras. Ainda assim não é perfeito. E precisa ser? A série reflete o esplendor do atual cenário do cinema e audiovisual na Espanha e mostra para o grande público [Netflix] que há muito mais do que Pedro Almodóvar rolando nas telinhas e telonas por lá.

Quem acompanha o cinema espanhol não se surpreendeu com a qualidade da série, sobretudo com o nível altíssimo dos atores. Mas quem “rouba a cena” é o tom dos roteiros com reviravoltas elaboradas e que deixam o espectador boquiaberto dizendo: Não pode ser!!! Eles não se contentam com meia duzia de viradas. Deve ter umas 15 reviravoltas a trama. Algumas surreais, outras menos. O grande trunfo também é o calcanhar de Aquiles, afinal, quando você entrega uma virada sensacional na trama o espectador eleva a expectativa para que a próxima seja ainda maior. Nem sempre é possível. Ainda assim, o saldo é muito positivo.

O elenco é diverso e cada um tem um bom tempo para desenvolver as personagens e o público se identifica e se apaixona pelo seu preferido. Destaco Tóquio (Úrsula Corberó), a policial Raquel (Itziar Ituño), o professor (Álvaro Morte) e o fenomenal Berlim (Pedro Alonso – se o Tarantino não contratar esse cara para o próximo filme dele, por favor matem o Tarantino.) É um elenco delicioso e que, se os bom roteiros funcionam, em grande parte (mais de 80%) se dá pelo esforço e trabalho do elenco.

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Infelizmente, ao fim a trama da suas escorregadas (a cena da Tóquio subindo as escadas de moto é bacana, mas soa mentirosa demais). Não destrói o que construiu anteriormente, mas só deixa a série um pouco distante do nível Breaking Bad. E toda série precisar querer ser a nova Breaking Bad? Óbvio que não. Certamente irei assistir uma futura temporada, afinal, se deu audiência e deu grana, eles dão um jeito de esticar. Afinal, estou meio doente por essa série e não sei se há tratamento para Síndrome de Estocolmo.

P.s.: Aliás, devia se chamar agora é Lá Síndrome del Madrid.

Casa de Papel (2018)
Criação: Álex Pina
http://www.imdb.com/title/tt6468322/
Gilvan Marçal – gilvan@gmail.com

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